O Nascimento: Destino com Livre Arbítrio
 
Tudo o que existe no Universo é pura concentração de energia Universal, a energia Cósmica...
 
E assim como o nascimento das estrelas ocorre através da forte concentração de energia (gases e poeiras), também aqui na Terra o nosso nascimento é provavelmente o evento da nossa vida onde existe mais concentração de energia. Somos estrelas a nascer na Terra... Aliás, é sabido que em ultima análise viemos das estrelas!
 
“The cosmos is within us. We are made of star-stuff. We are a way for the universe to know itself.”
― Carl Sagan
 
As "dores" do nascimento, as emoções que um nascimento gera à sua volta, tudo é uma energia imensa concentrada num único evento que transforma e muda para sempre a vida das pessoas envolvidas. Se há dias que tenho na memória com maior exatidão de todos os detalhes, esses foram o nascimento dos meus filhos, das minhas estrelas...
 
Nessa fração de tempo única e irrepetível dentro do grande relógio cósmico, cada nascimento tem correspondência simbólica com um novo “Sol” que nasce na Terra, uma nova vida com um potencial imenso para brilhar e irradiar com a sua Luz própria....
 
 
Somos um Microcosmo ligado a um Macrocosmos.

Astrologicamente cada órgão do nosso corpo físico tem correspondência com um determinado planeta, cada evento na nossa vida tem correspondência com uma determinada configuração de astros.
Nascemos no tempo certo, no tempo em que a configuração do céu estava em sincronia com o padrão energético necessário para cumprimos com o nosso “destino”.
 

O "macro e o micro destino"

Numa visão macro, o destino comum a toda a espécie humana tem correspondência com o destino do Universo, e se este está em continua expansão e evolução, também a espécie humana tem na base do seu destino o propósito da evolução e expansão! Esta evolução e expansão dá-se sobretudo, na minha perspetiva, pelo desenvolvimento do amor e expansão do conhecimento. Assim, o nosso macro destino é amar e sermos amados, aprender e integrar conhecimento resultando numa expansão da consciência...a consciência será tudo aquilo que sobreviverá eternamente quando o nosso “Sol” apagar-se.
 
Numa visão micro, cada um de nós como entidade fisicamente separada tem o seu destino individual, provavelmente alinhado com o seu karma individual.... Este pode pressupor a passagem por umas quantas paragens obrigatórias (lições de vida) mas acredito que temos uma boa margem de livre arbítrio que pode ser maior ou menor em função da nossa autoconsciência, ou seja, do conhecimento que temos de nós e da nossa vontade/capacidade de criação e transcendência das nossas limitações. Dai, ser tão importante o autoconhecimento e o amor próprio…
 
São as nossas respostas diárias à vida (por ações e pensamentos) que vão pautando o nosso destino individual. Embora essas respostas estejam condicionadas pelo que herdámos à nascença elas podem ser manifestadas de forma mais ou menos consciente, e é esse grau de consciência que nos permitirá, a meu ver, ter mais ou menos livre arbítrio.
 
Por exemplo, Se eu nascer uma pessoa muito impulsiva, eu não me conseguirei transformar numa pessoa não impulsiva e nem é isso o que interessa ou que representa evolução …. Acima de tudo devemos respeitar a Natureza, começando pela nossa! Se somos como somos existe uma razão e um sentido (nada existe ao acaso neste vida, não acredito), e há que respeitar, aceitar e integrar. No entanto, se eu não tiver consciência dessa minha característica, dos seus pontos fortes e pontos fracos eu serei vitima da minha impulsividade porque ela vai manifestar-se automaticamente, ou seja, de forma totalmente instintiva e inconsciente, isto é, sem controlo. Desta forma, não estaremos a criar um "destino" mas sim a receber um "destino", consequências dos nossos atos descontrolados. 
Por outro lado, não conhecendo os aspetos positivos e menos positivos da minha natureza vou estar muito mais vulnerável ao que os outros dizem de mim, vou facilmente desenvolver sentimentos de inferioridade, culpa, medo... e este tipo de sentimentos é que podem depois materializarem-se em autodestruição ou pior, serem projetados no exterior com consequências na vida dos outros... 
 
Agora se eu for autoconsciente sobre quem sou, saberei muito melhor como gerir a minha energia produtivamente e de forma a gerar felicidade. Por exemplo, voltando à impulsividade, saberei distinguir quando é tempo de manifestar essa minha impulsividade mais livremente ou quando é tempo de controlá-la ou pelo menos minimizá-la. Claro que isto não é assim tão fácil e linear mas ganhar consciência de quem somos é o ponto de partida para sermos criadores do nosso destino.
 
Assim, ainda que possa existir uma boa dose de determinismo no nosso destino (coisas das quais não conseguiremos escapar), penso que temos o livre arbítrio de o viver à nossa maneira, de o viver conscientemente e por isso mais livremente.
 

O Mapa Astral 

O Mapa Astral permite representar e interpretar o padrão energético com que nascemos e que muito nos diz sobre o nosso “destino”, aliás sobre os diferentes caminhos que podemos seguir dentro de um universo de possibilidades condicionado pelas nossas ferramentas de trabalho, criação de destino. 
Através da análise do mapa podemos ver as tensões com que temos que lidar ou transcender ao longo da vida, as capacidades que temos ao nosso dispor. Tomar consciência de toda essa informação é a melhor via para criarmos um destino mais “livre” e feliz, ou seja, resultado de escolhas conscientes daquilo que é bom para nós.
 

As ferramentas para criação do destino 

Na linguagem astrológica temos as correspondências (alguns exemplos apenas) entre "ferramentas" e astros:
  • imagem física, o corpo, a forma como observamos a vida (Ascendente)
  • instintos, mundo emocional, as memórias (Lua)
  • potencial criativo (Sol)
  • capacidades intelectuais (Mercúrio)
  • estilo de amar e gostos  (Vénus) 
  • coragem e dinamismo (Marte) 
  • fé e espirito visionário (Júpiter) 
  • capacidade de trabalho e resistência perante adversidades (Saturno) 
  • talento para inovar e mudar (Úrano) 
  • sentido de compaixão e bagagem espiritual (Neptuno) 
  • força para transcender e regenerar (Plutão)
  • capacidade para nos curarmos a nós mesmos e aos outros (Chiron).
 
Para cada um de nós, estas ferramentas assumem formas e cores diferentes dependendo do signo e da casa astrológica onde os respetivos astros estão posicionados no zodíaco no momento (data e hora) e local do nascimento.
Além disso, cada uma destas ferramentas pode ser usada na sua forma mais positiva ou menos positiva. Tudo na astrologia tem sempre uma expressão mais ou menos criativa, tal e qual como nós próprios que podemos em cada instante optar por uma perspetiva e decisão mais ou menos positiva. É exatamente aqui onde acho que temos a nossa margem de livre arbítrio... 
 
A evolução e expansão de um ser humano está para mim assente na vontade  própria de usar as suas ferramentas pessoais (as suas características) na sua expressão mais positiva que é a expressão mais amorosa e que tende a criar um destino mais feliz para si e para os outros. Mas para isso, é preciso primeiro conhecer quem somos e a astrologia ajuda muito!


Obrigado pela partilha | monica teixeira | DFAstrolS