Tempos em que no amor também é preciso reiventar!
A posição de Vénus em Gémeos ao longo dos próximos meses e especialmente no período em que vai estar retrograda, de 13 de maio a 25 de junho, será muito representativa de dois temas muito relevantes destes tempos: a economia e as relações.

Vou-me focar no tema das relações.
Não é só a crise económica que se está a instalar e que exige respostas diferentes, mas também a crise nas relações.

Em termos gerais a nossa forma de nos relacionar está a mudar e a caminhar para um modo mais à distância e isso acaba por gerar um certo vazio, há algo que deixou de ser preenchido e que nos alimentava: um abraço, um aperto de mãos, um cumprimento mais caloroso …. Subtilmente isso está a ter um impacto maior do que calculamos.

Por outro lado, neste período de confinamento os casais passam 24 horas sob 24 horas juntos, e quem vive sozinho passa 24 horas sozinho. Dá para pensar em muita coisa… Dá para sentir a falta de muita coisa que antes era compensada de outra forma.

Casais que já tinham as suas vulnerabilidades antes da quarentena, ora aproximam-se ora abrem ainda mais o foço entre ambos…
Pessoas que vivem sozinhas ora dão graças a Deus por estarem sozinhas, ora repensam sobre o que seria ter o apoio de alguém nestes tempos mais difíceis.

Este período de Vénus em Gémeos retrogrado vai ser um período muito importante para arrumar e clarificar os assuntos do coração e das relações.  Especialmente o 3 de junho, quando Vénus juntar-se ao Sol, será turning point no ciclo atual de Vénus e o nascimento de uma nova consciência sobre o sistema de valores que nos guia nos nossos padrões relacionais:
  • O que realmente me faz feliz num parceiro?
  • O que realmente valorizo numa relação?
Esta nova consciência terá impacto em todas as nossas relações pessoais e até profissionais, na escolha dos nossos parceiros e pessoas com quem vamos cooperar e crescer em conjunto.
O objetivo final é sermos capazes de nos adaptarmos, de ajustarmos as nossas relações e também crescermos com a cooperação uns dos outros.  
Mas, é importante olhar para os nodos lunares que em maio também vão mudar para o eixo Gémeos e Sagitário. O Nodo Sul em Sagitário, o ponto do karma, alerta-nos para as questões da ética e da justiça nas nossas interações sociais, este vai ser um tema bem importante.
Em tempos de crise também pode surgir o lema “tudo ao molho e fé em Deus”.
É importante que não falte a ética em todas as nossas formas de nos relacionarmos e cooperarmos, caso contrário o custo disso mais à frente será caro….
E, quem no passado teve telhados de vidro violando a justiça ou a moral poderá ter que lidar e resolver neste período esses assuntos do passado, ou ver-se posto de lado exatamente pela falta de confiança que desperta nos outros.
 
A reinvenção das relações

Vénus vai estar quase sempre durante o presente ciclo lunar, até 23 de Maio, em aspeto quintil com Quíron e bi-quintil com Plutão. Estes aspetos quintil e bi-quintil, pouco usados pelos astrólogos, estão ligados à capacidade e necessidade de se criar ligações diferentes entre os princípios planetários envolvidos para resolução de problemas também eles diferentes, ou criação de coisas ainda não existentes no mundo – novos produtos, novos serviços. Daí serem aspetos ligados à genialidade, invenção e criação criativa pelo uso da mente inspirada.

O quintil entre Vénus e Quíron fala-nos de um tempo em que a cura das relações vem por caminhos diferentes de cooperação e integração, onde a comunicação e a coragem para se expor as feridas e as vulnerabilidades são fatores chaves. Na perspetiva menos positiva, fala-nos de feridas que se abrem em contextos diferentes e quase de impossível resolução.
Em que lado vais querer estar?

O bi-quintila de Vénus a Plutão descreve um tempo de transformação, morte e renascimento, nas relações, em cenários diferentes e que exigem também respostas diferentes e profundas de ambas as partes. A capacidade de trazer ao de cima tudo o que precisa de ser esclarecido e resolvido por meio de soluções diferentes e praticas.

Por exemplo:
  • Que planos realistas podem as pessoas fazer agora para recuperar uma relação? ou
  • Que planos realistas podem as pessoas fazer para iniciarem uma relação que ainda não era assumida?
Na perspetiva menos positiva, este quintil de Vénus a Plutão fala-nos de finais diferentes e surpreendentes para histórias do coração.
O tempo exige maturidade, exige ver a realidade e encontrar saídas com cooperação das pessoas que nos estão próximas, assentes em ética e honestidade intelectual.

Vénus em Gémeos fala-nos num tempo em que comunicar é fundamental:
  • Comunicar o que no dói
  • Comunicar para pedirmos ajuda
  • Comunicar o que precisamos
  • Comunicar a realidade
Se a comunicação é uma troca e exige uma escuta ativa, então é preciso igualmente:
  • Saber ouvir o que nos magoa
  • Saber ouvir as necessidades do outro
  • Saber ouvir os factos
 
Esta troca entre Vénus em Gémeos, Quíron em Carneiro e Plutão em Capricórnio, envolvendo signos de ar, fogo e terra pode resultar eficazmente na criação de relações diferentes, parcerias diferentes, mas também na criação de soluções diferentes para fazer face a problemas que já vêm detrás e agravados neste cenário de pandemia.

Numa relação há sempre dois caminhos, e agora durante o período de Vénus em Gémeos retrogrado, as dúvidas podem ser muitas, os cenários dúbios..
Não é um período ideal para novos relacionamentos, mas antes para arrumar o coração, percebendo que toda uma perspetiva de entender o amor e as relações está a mudar em consequência também de todas estas mudanças no mundo.
É difícil perceber o que está na prática a mudar, as experiências serão sempre muito individuais e em seguimento de toda uma história de vida já percorrida.

O grau 13 de Gémeos é um ponto agora muito relevante no mapa para entendimento sobre o que está a mudar em nós.
A casa onde ocorre, a ligação com outros aspetos. E, quando esse grau estiver vazio os pontos médios que toca… tudo isto ajuda-nos a perceber melhor para onde é que individualmente estamos a caminhar no que toca aos nossos relacionamentos.

Este é sobretudo um tempo de crescimento em maturidade e não há nada que espelhe melhor a nossa maturidade do que a forma como resolvemos os assuntos do coração. 
E, se não houver amor que permita fazer a ponte, resolver os assuntos e até recuperar uma relação, então que haja um sentimento de irmandade que não deixe de ver o outro como um semelhante. e com quem devemos cooperar. A cooperação começa pelos mais próximos, em casa também, nas condições possíveis.
Não é só a economia que se precisa de reinventar mas também o amor e as relações, mas com ética!


Obrigado pela partilha | monica teixeira | DFAstrolS